Fisioterapia cuida da sua SAÚDE!!!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Fisioterapia em instituições de apoio a idosos

O crescente envelhecimento populacional aumenta a preocupação na criação de organismos ligados à prestação de cuidados e serviços ao idoso. O Fisioterapeuta neste contexto intervém utilizando estratégias de prevenção e de restabelecimento da independência, com o objectivo principal de favorecer a autonomia e a qualidade de vida dos idosos.

No entanto, muitas vezes nas Instituições que apoiam Idosos (ex. Lares, Centros de Dia, IPSSs entre outras) a Fisioterapia é prestada de forma pontual e apenas por intermédio de terceiros, nomeadamente a pedido do médico ou familiares. Muitas vezes os custos são suportados pelo próprio utente, ilibando assim a instituição desses custos.

A actuação do Fisioterapeuta será assim predominantemente virada para o tratamento e reabilitação, logo mais dispendioso, com menores possibilidades de recuperação. Além disso, como o problema não foi detectado ou prevenido precocemente, este poderá já estar demasiado avançado para que seja eliminado na sua totalidade.

No entanto o Fisioterapeuta pode ir bem mais além, pois apresenta uma visão multidisciplinar e integradora, no sentido de promoção da saúde para que esta seja uma realidade para a população idosa.

A sua intervenção centra-se na resolução de problemas e na reintegração do idoso no seu meio social e familiar, proporcionando-lhe o melhor estado de saúde possível e motivando-o para uma vida activa; na educação e na promoção de auto-cuidados, nunca esquecendo o seu padrão e estilo de vida

Assim, a Fisioterapia, como recurso terapêutico está sendo desaproveitada, pois pode contribuir de forma inequívoca se for devidamente integrada nos cuidados das instituições que apoiam idosos. A adopção de um Fisioterapeuta residente irá criar vantagens quer para o utente, quer para a própria instituição.

Vantagens para o utente:

- Cuidados de Fisioterapia, com o mesmo Fisioterapeuta, sem deslocações ou perda de tempo em listas de espera sendo constantemente acompanhado e tratado de forma directa.

- Detecção e tratamento precoce de problemas relacionados com a intervenção do Fisioterapeuta (Ex. diminuição actividade, imobilidade, quedas, dor, e outros problemas relacionados com o Envelhecimento), incluindo a educação e o aconselhamento tanto individual como em grupo, estimulando assim o utente a adoptar comportamentos saudáveis.

- Resolução de problemas que levem à limitação funcional, incapacidade ou alterações da função física ou estado de saúde, resultado de lesão, doença ou outras causas, potenciando a sua recuperação com o objectivo máximo de se reintegrar na sociedade.

Vantagens para a instituição:

- A Fisioterapia Impede ou retarda o declino funcional e a necessidade de cuidados mais especializados e economicamente gravosos, diminuindo ou eliminando as estadias dispendiosas e prolongadas nas instituições prestadoras de cuidados de saúde. A sua intervenção contribui para a diminuição das horas de cuidados prestados aos utentes poupando-se em tempo laboral por utente.

- Não é necessária a aquisição de equipamentos dispendiosos ou sofisticados nem a ocupação adicional de espaço: O equipamento já está embutido no próprio Fisioterapeuta (MÃOS), um gabinete e o espaço de convívio dos utentes é suficiente para a sua actividade.

- Cuida dos problemas relacionados com a actividade laboral dos trabalhadores da instituição, contribuindo para a manutenção da qualidade do desempenho e diminuição do absentismo laboral.

- Como o Fisioterapeuta actua em equipas multidisciplinares com outros profissionais de saúde, os seus conhecimentos serão úteis para a educação e esclarecimento de outros profissionais, providenciando serviços clinicamente efectivos, a baixo custo.

- A actividade do Fisioterapeuta contribui para o prestígio e vantagem competitiva sobre outras instituições, que não disponibilizam este serviço, podendo ser um factor preferencial que ajude na escolha dos utentes.

Com alguns exemplos de vantagens enumerados, facilmente se conclui que é um recurso valioso que pode e deve ser aproveitado. Assim lanço o seguinte repto:

Sr. Utente, na escolha uma instituição que lhe providencie cuidados de saúde, para além de outros profissionais, exija Fisioterapia, preferencialmente que já esteja incluída nos cuidados prestados pela instituição (e obviamente que seja prestada por um Fisioterapeuta).

Para as entidades gestoras das instituições de apoio a Idosos, aceitem Fisioterapia como parte integrante dos cuidados, de modo a oferecer a melhor qualidade de cuidados aos utentes de forma económica e efectiva.


Lima

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Dor Lombar


O que é?
A dor lombar (lombalgia) é um tipo de queixa que quase todos nós experimentamos em alguma fase da vida. Apresenta alta incidência e prevalência, que tem aumentado nos últimos anos. De uma forma genérica a dor lombar pode localiza-se entre o último arco costal e a prega glútea, frequentemente acompanhado por aumento de dor e limitação do movimento.

Quais as causas do seu aparecimento?
De entre enumeras causas pode-se referir o sedentarismo (pouca actividade física, excesso de peso) e a postura e movimentação de cargas de forma incorrecta em contexto laboral ou recreativo. Naturalmente que a idade avançada, aliada à exposição das causas referidas anteriormente, também pode implicar o aparecimento da dor lombar.

Qual é o meu tipo de dor lombar?
A dor lombar pode ser classificada como:

1- Específica, quando aliada à lombalgia e associada a sintomatologia a nível dos membros inferiores, nomeadamente alterações de sensibilidade e falta de força nos membros inferiores. A dor lombar específica, associada a sintomatologia neurológica, estará fora do contexto, no que respeita a uma intervenção do Fisioterapeuta. Devendo nesse caso, dirigir-se ao seu médico assistente.

2- Inespecífica, em que a dor se reporta à região lombar, cuja origem não é atribuída a nenhuma patologia especifica e que vamos abordar neste artigo.
A dor lombar (inespecífica) pode ainda ser classificada pela sua duração em:

- Dor lombar aguda, que ao longo da vida, incide cerca de 70% da população nos países industrializados, sendo que o pico desta prevalência se dá entre os 35 e 55 anos. Nestes casos de dor lombar aguda, tanto os sintomas, como a patologia e a imagiologia têm uma relação muito pobre. A dor não é assim atribuída a qualquer problema neurológico em cerca de 85% das pessoas.
- Dor lombar crónica, que implica a ocorrência dos sintomas para além dos 3 meses. A apresentação deste tipo de sintoma, para além de conter alguma alteração estrutural, também tem uma componente psicológica, aliada a uma incapacidade recorrente de efectuar as suas actividades normais. A persistência clínica da dor crónica tende a dissociar-se do problema físico inicial. A dor crónica muitas vezes perde o seu significado biológico, tornando-se num problema contra produtivo. A dor lombar crónica é uma das grandes causas de baixa nas sociedades industrializadas.

Porque é que a dor lombar é um problema de saúde pública?
A dor lombar é uma manifestação maioritariamente do foro músculo-esquelético que vai além da saúde individual de quem sofre deste problema. Afecta dimensões mais abrangentes ao nível económico e social com custos elevados para empresas e entidades governamentais. Faz parte de um grupo de sintomas que interferem com a produção laboral, diminuindo a produtividade da empresa conduzindo ao absentismo laboral e à permanente incapacidade ocupacional. Por outro lado no Idoso, a dor lombar é um factor limitador da actividade física levando a uma progressiva restrição das suas actividades do dia-a-dia.

Porque é que a dor lombar é tão difícil de tratar?
A dor lombar não implica necessariamente a lesão de estruturas (nervo, disco, tendão, músculo, etc.). Pelo contrário, é um dos sintomas mais demonstrativo do conceito multidimensional da dor. Toma uma dimensão subjectiva sendo dependente de experiências anteriores, influenciando a maneira como a pessoa pensa e sente, bem como a forma como comunica este sintoma. Por esse motivo, a dor lombar nem sempre leva a uma incapacidade e o grau de incapacidade nem sempre é proporcional à intensidade da dor. Isto explica porque as pessoas com dor lombar que numa pessoa pode ser considerado insuportável que limita a actividade, noutra pessoa é menos incomodativa, não afectando significativamente a actividade.
Assim, tratar a dor e os problemas físicos são apenas metade da resolução do problema. As crenças dos pacientes bem como as suas estratégias de encarar a dor vão desempenhar um papel importante no desenvolvimento da dor crónica e da incapacidade, tornando-se assim obstáculos a ponderar.

Em que a Fisioterapia pode ajudar no tratamento da dor lombar?
A fisioterapia é a terapia de eleição no tratamento da dor lombar inespecífica. Actua vendo o indivíduo como um todo, e o seu tratamento não será somente voltado para a diminuição de intensidade da dor. Vai mais além, por exemplo, analisando os factores psicossociais, as condições laborais, a promoção e manutenção da actividade física e a aplicação de modalidades de tratamento activas (ex. exercício). Cada caso é um caso e é por isso que as particularidades de cada indivíduo influenciam os diversos tratamentos que possam ser aplicados. Assim, não é a massagem, o calor, TENS ou ultra-som que tratam a dor lombar.
É na verdade a Fisioterapia!